quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Rede Social


Orkut, Twitter, Messenger, Facebook...
Linkedin, Skoost, Badoo, Blogger, MySpace...
São tantas formas de comunicação...
De sociabilização.
Você cadastra-se, cria seu perfil e, de repente,
estás conectado ao mundo!
Surgem preocupações fúteis, do gênero:
"Estou feio nesta foto... não vou publicar!"
"Vou colocar este texto na minha descrição para parecer intelectual!"
"Este vídeo é engraçadinho, vai mostrar meu senso de humor!"
Percebem que não passa de uma farsa pessoal?
Cada movimento, publicação, divulgação,
cada palavra usada é calculada e pensada 300 vezes
para que se possa passar a imagem correta:
o bom moço
o inteligente
o belo
o punk
o safado-na-cam38
Cada instinto é reprimido e recalculado
para que aquele esteriótipo que se escolhe possa ser transmitido
e assim, possa-se tornar atrativo.
Entra-se, por livre arbítrio, neste mercado virtual
e, sem mesmo preocupação com personalidade ou veracidade,
viramos produtos... enlatados de prateleira!
Carne, se você quer alguém que te coma...
Perfume, se você quer alguém que te cheire...
Livro, se você quer alguém que te decifre...
O fato é que lá estamos... enlatados todos,
prontos para sermos consumidos,
para sermos diagnosticados e rotulados.
Neste vai e vem de quem nos observa,
nos tornamos também consumidores,
observadores e rotuladores...
"Não gostei, muito magro!"
"Não gostei, muito infantil!"
"Não gostei, muito emo!"
"Gostei, moreno alto bonito e sensual:"
-oi, te curti... me add?!
Se pararmos para pensar, é exatamente isso.
Desenvolveu-se um instinto patético
de tentar chamar a atenção de desconhecidos.
Manda um comentário no Orkut para conseguir olhar as fotos do fulano...
Manda um link no Facebook pra conseguir mais galinhas no Farmville...
Expõe a vida e os sentimentos mais íntimos no Twitter para arrumar mais seguidores...
Adiciona outro no Messenger para jogar conversa fora num sábado de chuva...
E daí, surgem amizades (algumas verdadeiras);
surgem paixões (algumas verdadeiras);
surgem discórdias (algumas verdadeiras).
Tudo o que foi criado para interligar e comunicar amigos do mundo real
é usado para suprir carências profundas.
Uma espécie de BigBrother para não-célebres
E os espectadores são os "amigos",
que se adicionam aos milhares para requerir um pouco de audiência...
ou simplesmente para conseguir umas galinhas a mais no Farmville.
Verdadeiramente uma rede social,
onde nos prendemos junto a 1001 desconhecidos,
como um verdadeiro cardume que busca constantemente a liberdade...
de expressão e de pseudo-popularidade...
Acho que vou mudar o título do texto.
Chamarei de Teoria de Abraços Ausentes!

Nenhum comentário: