domingo, 7 de agosto de 2011

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Auto-estima

Penitência

Não sou um exemplo de penitência
não sou
vivo de prazeres mundanos e sujos
sem ter pena sequer de mim
que dirá dos outros
sou apenas um limitado
sentimentalmente limitado
não tomo mais minhas doses de morfina
não degusto mais meus delírios de Caetano
não consigo tomar atitudes que prejudiquem
quando tem plena conciência do prejuízo
não ser egoísta me fez mal
me prende
me sufoca
e heis que me encontro
sufocado
preso
penitente
sem achar justo ter pena
sem achar certo ser egoísta
até quando?
até mais...

Jogos mudos

estive mudo por tanto...
escrevi textos meus
mas não tão meus
eram montagens
pequenas palavras cruzadas de versos alheios
tomando forma de uma monstruosa obra-prima
queria eu que o binquedo fosse pequeno
um jogo rápido e prazeroso
mas juntar as cinco mil minúsculas peças desse quebra cabeça
quase quebrou a minha cabeça
quase me dirigiu à insanidade permanente
e me privou de palavras minhas
palavras contadas
palavras dispersas
palavras versadas
palavra minhas
palavras
queria eu as palavras
queria o tempo de palavras só minhas
divagava com o tempo de não mais precisar de versos alheios
para escrever algo que outros considerassem válido
heis que o tempo de palavras minhas retorna
nem quente, nem frio
nem inverno, tampouco verão
só acolhedor
tal qual o reconhecimento do leitor
que se deleita com estrofes ao vento
já não sou mais mudo
nem preciso falar com as mãos
tomo minhas palavras ao léu
e jogo-as ao vento, livremente
para que gritem aos ouvidos alheios
que eu sou mais que um simples quebra cabeças

Carvão