segunda-feira, 6 de junho de 2011

Desencontros

Queria ter tocado o Sol
De verdade
Queria mesmo
Ele é mais caloroso que os ambientes que me recebem
Ele tem esta espontaneidade de brilhar
Seu sorriso ilumina de longe
e me pergunto se não ofuscaria de perto
Mas o que faço com tal moço?
Se quando eu apareço
ele se esconde?
Ele coloca um sorriso no meu rosto
com certa periodicidade
Ele me deixa numa escuridão sem fim
e nem toma conhecimento disso
Ele me ilumina por completo
me enchendo de esplendor
E nesses momentos de iluminação
todos me saúdam, me idolatram
todos os amantes me admiram
sem saber que a coloração da minha face
é roubada desse moço distante
a quem amo, mas não ouso tocar
Por que foges de mim?
Por que me deixas teus raios de saudação
numa entonação de despedida?
Como lenços esquecidos em residências alheias
que servem apenas de acalanto para mais uma madrugada
Sendo que, a medida que segues fugindo
sigo necessitando-te
Espero paciente outro amanhecer
quando te vejo tomando meu céu
assim como volto à tardinha
para buscar teus resquícios de lembrança
Queria ter tocado o Sol
Queria mesmo

tua,
Lua.

Um comentário:

ToN disse...

Queria comentar, mas ninguém além de você é capaz de entender meu silêncio em sua totalidade...

Pra sempre hoje!