terça-feira, 18 de maio de 2010

A Torre Negra

(...)
Durma então.
-Não!
Então quase durma.
O que ela pedia era perigoso e também provavelmente necessário. O pistoleiro ergueu os olhos para o rosto nas folhas. Um jogo estava sendo feito ali para seu entretenimento. Mundos brotavam e desapareciam diante dele. Impérios eram construídos em areias brilhantes onde as máquinas criavam uma eterna e frenética agitação eletrõnica. Impérios entravam em decadência, caíam, erguiam-se de novo. Rodas que tinham deslizado com o silêncio das coisas líquidas moviam-se mais devagar, começavam a ranger, começavam a gritar, paravam. Areia asfixiava canos de aço inox de ruas concêntricas sob céus escuros cheios de estrelas, como tabuleiros de jóias brutas. E, no meio de tudo isso, soprava um último vento de mudança, trazendo consigo o cheiro de canela do final de outubro. O pistoleiro comtemplou o mundo passado.
E quase adormeceu...


Stephen King


(voltando ao hábito da leitura informal)

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